À BEIRA DA FONTE...
Amanhã hei-de ir à fonte,
- descalça, qual Lianor –
Procurar, no horizonte,
Sinais de Paz ou de Amor…
Não sou Lianor, nem jovem,
Procuro um amor dif`rente…
Aquilo que alguns descobrem
Que faz falta a toda a gente…
Mas se eu for e não voltar,
Não se esqueçam!... Não voltei
Porque o não pude encontrar
Nas muitas voltas que dei!
Procurei por toda a parte.
Não estava em parte nenhuma!
Apesar do amor à Arte
Perdi-me entre tanta bruma…
Hoje, qual Sebastião
Do mito desencarnado,
Procuro a estranha lição
Desse amor desencontrado…
Neste precário horizonte
De fronteiras virtuais,
Desprezo, à beira da fonte,
O que os outros buscam mais…