08.03.21 | Maria João Brito de Sousa |
I * "Na estrada chamada vida" Há tantas encruzilhadas, Que sendo uma só, comprida, Parece um sem-fim de estradas * II * Curtas e todas somadas "Na estrada chamada vida"; Umas são águas passadas De outra nem sequer nascida * III * E se alguma está esquecida, Outras (...)
28.02.21 | Maria João Brito de Sousa |
I * "Quando o amor acontece" E é forte de um lado só, O lado fraco estremece E o forte desfaz o nó... * II * O fraco é pedra-de-mó "Quando o amor acontece"; O que era forte dá dó E o fraco forte parece... * III * Mas se o fraco prevalece E desfaz o forte em pó, "Qu (...)
20.02.21 | Maria João Brito de Sousa |
"Já não tarda a Primavera", Que a natureza não falha E o planeta nunca espera Que lhe imponham quando calha * Adornar-se como talha... "Já não tarda a Primavera", Penso enquanto teço a malha De outro poema-quimera * Que por mim trepa, qual hera, E me cobre de poalha... "Já não tarda a Primavera"
30.01.21 | Maria João Brito de Sousa |
"Das cinzas hão-de emergir" Rebentos novos que em flor Rapidamente hão-de abrir Enchendo o mundo de cor * Surgirá novo esplendor; "Das cinzas hão-de emergir", Com renovado vigor, Mil razões para sorrir * E até posso presumir Que ao vencer tão grande dor, "Das cinzas (...)
24.01.21 | Maria João Brito de Sousa |
"Temos que seguir em frente", Não temos alternativa; O trunfo de uma semente É saber manter-se viva! * Toda a gente está cativa Sendo, afinal, inocente? Do que este vírus nos priva Cada um de nós o sente * Mesmo o mais resiliente Tem a consciência activa De poder (...)
29.11.20 | Maria João Brito de Sousa |
"FOI EM PLENA LUZ DO DIA" * "Foi em plena luz do dia" Que a minha musa partiu Sem dizer por que partia Nem por que tal decidiu. * Embora fizesse frio, "Foi em plena luz do dia" Que a Musa se fez ao rio Da sua própria ousadia. * Nem dela própria sabia Quando em fuga se sumiu; (...)
21.11.20 | Maria João Brito de Sousa |
"Cada dia é uma surpresa" Que é tão mais surpreendente Quão mais trouxer de beleza A quem dela esteja ausente * Que assim seja eternamente; "Cada dia é uma surpresa" Como se fosse semente Do pão que se leva à mesa * De quem ainda se preza De ter pão e de ser gente; (...)
14.11.20 | Maria João Brito de Sousa |
"A vida não dá presente" Porque a si mesma se oferta Numa dádiva impudente De espanto e de descoberta. * Se encontra uma porta aberta, "A vida não dá presente"; Chega sempre a hora incerta E despede-se ao poente * Sem deixar-nos remetente Pois não tem (...)
10.11.20 | Maria João Brito de Sousa |
"O barco largou o cais" Ainda de madrugada; Fez-se ao mar cedo demais, Foi na direcção errada... * Sem ter a rota traçada "O barco largou o cais" Antes da hora marcada E sem ordem do arrais. * Não mais dele houve sinais, Nunca mais se soube nada; "O barco (...)
02.11.20 | Maria João Brito de Sousa |
A PERSISTÊNCIA DO TEMPO * Escorre um tempo plastiforme de um palco plastificado por um deus desencantado sobre a paisagem disforme * De um mundo em tempos enorme tragicamente minguado, desnudado, desolado, sem ser vivente que informe * Por que é que em silêncio morre u (...)